Latinoamérica no centro do mundo
Ao chegar ao nono número da UNO, e mantendo a preocupação em fazer da UNO um lugar de encontro e debate aberto e livre a respeito de assuntos de interesse presentes na agenda dos tomadores de decisões empresariais e políticos em ambos os lados do Atlântico, optamos por transformar a UNO#9 em um número extraordinário sobre a América Latina, no qual a Região é vista como o novo eixo ao redor do qual giram as grandes oportunidades de negócio e comércio do mundo, devido à sua equidistância com uma Europa prisioneira do círculo vicioso da “Grande Recessão” e uma Ásia em plena efervescência econômica –especialmente a China, a Índia e a Coréia.
Sem dívidas, esta posição privilegiada que a América Latina desfruta é não somente uma grande oportunidade para os países da Região e seus habitantes, como também para todas aquelas empresas cujas matrizes se encontram em outras localidades, já que o atual ciclo combinado e virtuoso de crescimento econômico e estabilidade política, como praticamente não tinha sido visto nessa zona do planeta desde a independência de suas nações, é uma oportunidade da qual ninguém deveria privar-se.
América Latina tem em suas mãos a possibilidade de transformar-se no ator principal, como potência politicamente estável e economicamente sustentável, de uma ordem econômica mundial
A prova disso está no fato de que a América Latina está, no geral, e salvo algumas exceções, tirando proveito efetiva e inteligentemente dessa ocasião histórica para atrair investidores estrangeiros, para fortalecer as relações de muitos de seus países com o grande vizinho do norte, para reduzir suas desigualdades sociais e a pobreza para liberalizar, repito, salvo algumas exceções, suas estruturas econômicas e distanciar-se, definitivamente, do binômio suicida dos guerrilheiros e dos golpismos, por um lado, e do intervencionismo econômico, por outro.
Dessa forma, a América Latina tem em suas mãos a possibilidade de transformar-se no ator principal, como potência politicamente estável e economicamente sustentável, de uma ordem econômica mundial.
Ao mesmo tempo, a América Latina se transformou em um novo ambiente repleto de desafios e possibilidades, sempre e quando sejam abordados com a suficiente humildade para dedicar tempo, inteligência e recursos para conhecer melhor e em profundidade as complexidades e diferenças das suas culturas, suas economias, seus regimes políticos, suas classes dirigentes, suas populações autóctones e indígenas, as aspirações e expectativas de seus povos e, finalmente, dos seus sonhos para poder integrar-se e ser aceito com naturalidade. Como dizemos em LLORENTE & CUENCA:
“EU (L) a América Latina”.