Mecenas, Medici e os Jogos Olímpicos
Ao levantar pela manhã, um jovem artista iniciante, e ainda sem aquela fama que almeja conquistar, espera esse dia encontrar o seu mecenas, esquivo personagem que lhe oferecerá amparo financeiro para o seu sustento enquanto escreve a sua obra musical, a sua ópera prima, enquanto pinta o quadro que ficará na frente do MoMA, ou materializa qualquer uma das grandes ideais que está convencido de representar o seu enorme talento. Apesar de o Mecenas da Roma anterior à era cristã ter se concentrado na literatura, os artistas das outras tantas manifestações da cultura atual não deixam abater e insistem na sua procura.
Como segundo de César Augusto, tanto Cayo Cilnio Mecenas quanto Lorenzo de Medici, o mais conhecido das cenas da Idade Média, bem que poderiam ser considerados políticos profissionais, conforme as normas atuais. No entanto, pelo que podemos ver com o passar dos anos, patrocinar com recursos próprios os artistas é uma atividade que os políticos consideram em extinção. Não podemos fazer confusões com o incentivo cultural que utiliza os recursos públicos, em cujo caso, por não serem recursos próprios, pode ser bem mais generoso (embora o tamanho do orçamento também dependa da administração do momento). Os valores são importantes, mas não muito grandes. Por exemplo, no orçamento de 2010 foi designado para a CONACULTA (México) 3.338 milhões de pesos (aproximadamente 250 MDD) ((mediosenmexico.blogspot.mx/2009/11/conaculta-el-mas-castiga do-en-el.html )). Nos Estados Unidos, onde cada estado decide o seu apoio às artes, os dez maiores investidores designaram um orçamento de pouco mais de 180 MDD ((artbistro.monster.com/careers/articles/9960-states-ranked-by- funding-for-the-arts?page=1)).
Por isso, a responsabilidade do patrocínio das artes em especial, e da cultura em geral, recai na iniciativa privada e, portanto, é retomado hoje pelas corporações como parte do seu programa de imagem, ou de Relações Públicas, e fazem investimentos consideráveis a pesar da instabilidade econômica ((www.japaninc.com/mgz85/arts-sponsorship)). Quanto mais prestígio tenha o conjunto artístico e maiores e mais caras sejam as produções, maior será o porte e a seriedade da empresa que escolhe ser a sua parceira.
Encontrar a su mecenas, tarea principal del día para todo artista en ciernes
Assim, podemos ver que o investimento que as corporações planejam realizar em patrocínios, em nível global, será de aproximadamente 48.700 MDD ((www.sponsorship.com/About-IEG/IEG-In-The-News/Global-Spon sorship-Spending-to-Rise-5-2-Percent-in.aspx)), um crescimento de 5,2% com relação a 2010. Por categoria, um crescimento superior a 6,1% se dará em patrocínio aos esportes, segmento em que as empresas fazem maiores investimentos. Os americanos direcionam 68% do seu orçamento para essa área.
Isso nos conduz ao patrocínio esportivo, que diferente do cultural, quase sempre recai na área de marketing. A fim de observar as dinâmicas e diferentes perspectivas do marketing esportivo, vamos aceitar a ideia de que fazer marketing por meio do esporte é um componente integral da indústria ((The Four Domains of Sports Marketing a Conceptual Framework, Allerton, Russell, Sport Marketing Quarterly)).
Uma vez que estamos mencionando o marketing esportivo, os quatro conceitos que devem ser considerados para conquistar máxima eficácia são:
Estratégia de temática. Incorpora uma temática esportiva no programa de marketing para produtos não esportivos. Por exemplo, fazer a publicidade de um banco em uma publicação ou programa de esportes. É o nível de menor integração com o esporte.
Estratégia de produto. Recorre-se a ela quando não há relação oficial com o esporte utilizado no marketing. Pode ser um fabricante de calçados esportivos que reduz os preços e incentiva os seus distribuidores.
Estratégia de alinhamento. Neste caso, o especialista em marketing alinha o seu produto junto a algum esporte por meio do patrocínio, conseguindo uma integração maior com o seu público alvo.
As estratégias esportivas, que representam maior integração com o esporte, caracterizam-se por ser o Patrocinador Oficial de certo esporte, onde o esporte joga o papel principal no produto e na integração. Reflete maior dependência em iniciativas esportivas.
Para apreciar las dinámicas y diferentes perspectivas de la mercadotecnia deportiva, aceptemos que hacer mercadotecnia a través del deporte es un componente integral de la industria
As principais empresas do mundo, como Coca-Cola, Acer, Atos, Dow, GE, McDonalds, Omega, Panasonic, Procter & Gamble, Samsung e Visa, patrocinadores mundiais dos Jogos Olímpicos, estão firmemente convencidas de que para alcançar e reter o seu consumidor, é indispensável participar com entusiasmo e apoiar os esportes que sejam do seu interesse, sejam uma liga de futebol de várzea ou os Jogos Olímpicos.
Os fãs dão a razão às empresas que patrocinam os esportes: 3,18 milhões de espectadores assistiram os jogos da Copa do Mundo da África do Sul em 2010 e 4,6 milhões de espectadores assistiram a temporada 2012 da Série Mundial nos Estados Unidos; e o Comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 espera mais de 7 milhões de espectadores.