UNO Dezembro 2016

Desafios da gerência empresarial argentina

Adrián

O futuro da Argentina, como o de todas as nações que querem avançar rumo ao progresso, exige de sua classe dirigente um constante fortalecimento das instituições. A partir da representação de interesses comuns e divergentes, debatendo em função da diversidade de perspectivas e com o objetivo máxime de alcançar os consensos que tornam possível a superação qualitativa das metas propostas, o caminho das instituições rumo ao futuro exige um compromisso constante e irrenunciável.

Na diversidade da representação que exercemos radica uma de nossas fortalezas mais importantes na hora de buscar consensos: a UIA conta com parceiros provenientes de indústrias tradicionais como a metalomecânica, alimentícia, têxtil, química ou plástica, passando por indústrias culturais como o cinema, chegando a indústrias de vanguarda como o software, a biotecnologia ou a eletrônica. Isso nos obriga a reforçar diariamente o vínculo com nossos parceiros para estarmos atualizados quanto às exigências específicas de cada um de nossos parceiros.

Os dirigentes e a importância do diálogo social

O diálogo social contínuo entre trabalhadores, empresários e governos é um elemento imprescindível para orientar políticas que promovam simultaneamente o investimento e o emprego de qualidade, dois vetores indispensáveis para alcançar o progresso social.

Para transitar esse caminho sem claudicações, é necessário que o diálogo se dê num âmbito que facilite os consensos intrínsecos a toda visão integradora do futuro. A estratégia deve ser iniciada afastada de dilemas irredutíveis, que em todas as suas variantes se mostraram as maiores restrições para o desenvolvimento. A conformação de mesas de diálogo que envolvam os diferentes atores é o primeiro passo indispensável para as estratégias nacionais e regionais se incluírem nas agendas governamentais.

É importantíssimo que todas estas iniciativas se articulem ao redor de metas, prioridades e instrumentos concretos de intervenção que assegurem a permanência e estabilidade das estratégias adotadas, promovendo a participação dos atores no processo de formulação e permitindo a avaliação pública de sua eficácia.

O Estado, como catalisador dos esforços de cada um dos atores sociais, deve situar-se num âmbito de ação eficaz e inteligente que lhe permita montar uma forte capacidade de articulação de políticas vinculadas com a institucionalidade, com a educação, com a igualdade de oportunidades, com a produção e com o trabalho, entre outros.

A experiência internacional é irrefutável neste sentido. Os países que progridem no tempo contam com políticas públicas que avançam sobre o diálogo social em profunda articulação de políticas produtivas integrais. Não em vão os países mais desenvolvidos do mundo se autodenominam “países industrializados”.

A contribuição da indústria

A produção industrial na Argentina começou a finais do século XIX, com o primeiro antecedente da UIA em 1875. Durante mais de 200 anos de história argentina, a indústria foi um ator chave para potencializar o crescimento. Mesmo assim, a impossibilidade de alcançar políticas de longo prazo para superar os desafios enfrentados pela produção fabril foi um obstáculo para se alcançar o desenvolvimento. Na industrialização encontram-se as coordenadas para orientar o rumo para o progresso social. O investimento produtivo cria mais e melhores empresas, que geram mais e melhor emprego. Percorrer esse caminho de industrialização exige de todos os protagonistas do diálogo social uma responsabilidade que se deve assumir com visão de futuro.

Na UIA sempre trabalhamos articuladamente com os diferentes atores para potencializar a produção e o emprego e incentivar as inovações em setores muito diversos, como a agroindústria, a indústria farmacêutica, a automotora, o setor de autopeças, a biotecnologia e o têxtil, entre outras áreas. Na União Industrial Argentina contamos com especialistas em diversas áreas que articulam com as câmaras empresariais e com os governos nacionais e provinciais para analisarem as diversas problemáticas e elaborarem estratégias que permitam superar estes desafios.

A indústria foi o motor do crescimento econômico do país durante o início deste novo século.

É necessário voltar a retomar esta trilha de crescimento, pois a produção fabril caracteriza-se por gerar empregos de qualidade, com elevados salários e com perfil exportador.

O trânsito em direção a uma equidade social sólida tem em sua gênese um empresariado forte e vigoroso, com capacidade de inovação e inserção internacional, capaz de gerar com sua atividade a dinamização do conjunto da sociedade. A vasta experiência internacional corrobora esta afirmação e deixa de fora todo tipo de dúvida: não existem no mundo exemplos de sociedades prósperas sem indústrias desenvolvidas.

Como dirigentes industriais, nosso compromisso reforça-se dia a dia, em cada uma das nossas iniciativas, interagindo com entidades pares, com os representantes sindicais dos trabalhadores, com as administrações nacionais, provinciais e municipais, e com todos os organismos internacionais que compartilham o mesmo objetivo: alcançar o progresso social a partir do desenvolvimento produtivo, do investimento e do emprego de qualidade.

Adrián Kaufmann
Gerente-geral de relações institucionais do Grupo Arcor
É gerente-geral de relações institucionais do Grupo Arcor, empresa em que atua desde 1993. É presidente da União Industrial Argentina, onde participa como representante da União Industrial de Córdoba; vice-presidente da Coordenadora das Indústrias de Produtos Alimentícios; vice-presidente 1° da Câmara de Industriais de Produtos Alimentícios; membro fundador e diretor da Câmara Argentina de Biotecnologia. Na UIA foi secretário-geral, tesoureiro e vice-presidente. É arquiteto e urbanista e mestre em direção de comunicação institucional. Recebeu o prêmio Iluminis à Excelência no Desenvolvimento Diretivo.[Argentina].

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