Madrid 2020. Às suas marcas, prontos… já!
Aprendemos a ser uma cidade candidata. Já são muitos anos nos quais Madrid tem trabalhado muito, na substância e na forma, com entusiasmo, com os meios e a experiência para ser a favorita para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. E desta vez, o nosso favoritismo não sai do desejo, mas é o resultado de um trabalho bem feito ao longo de mais de dez anos. Perdendo votações aprendemos a ganhá-las, a nos superar, a continuar criando ilusão, infraestruturas e uma cidade comprometida com um movimento social que vai muito além da disputa esportiva de alguns atletas.
Somos favoritos, não só pelo desejo e impulso de um país e/ou de uma cidade, mas pelas realidades. Existem as instalações, o planejamento, o apoio popular, os meios e os recursos necessários a fim de demonstrar, mais uma vez, que estamos absolutamente preparados para que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Madrid 2020 sejam um autêntico sucesso. Agora, olhando à distância do tempo, talvez em relação a 2012 (quando também tínhamos muita ilusão), ou a 2016, chegamos muito cedo. 2020 é o nosso momento.
Perder classificações para aprender a ganhá-las, para se superar, para continuar a criar a ilusão, infraestrutura e uma cidade comprometida com um movimento social que vai muito além da disputa de alguns atletas
Em plena crise, com sofrimento em todos os setores sociais, empresariais, laborais, econômicos… Com Alejandro Blanco, presidente do Comitê Olímpico Espanhol na liderança, rodeado por uma equipe de trabalho que cheira mais a um bálsamo que a estratégia política, colocamos a candidatura na primeira linha de saída para que no próximo 7 de setembro, em Buenos Aires, os membros do COI apertem o botão de “Madrid” como a melhor opção para celebrar os Jogos que tanto desejamos, pelos quais temos lutado por muitos anos e para os quais já adquirimos uma maturidade notável, com engajamento social, público e privado.
Também não quero falar muito sobre nossos ‘rivais’. São amigos e isto é esporte e olimpismo. Mas nem Tóquio, com uma porcentagem menor de infraestruturas feitas, contra o 78% de Madrid, com menos apoio popular que nossa cidade e com alguns aspectos adicionais como o clima, etc; nem Istambul, sofrendo socialmente, devem ser concorrentes esta vez. E esta afirmação não é só o resultado do patriotismo/otimismo. Para mim, isto é uma realidade.
É verdade que a antiga Constantinopla também conta com um grande apoio econômico mas, mais do que nunca nestes Jogos, os nossos, os de 2020, devem ser austeros. Imaginativos, participativos, grandes, esportivamente imensos, mensurando os recursos. Não mesquinho, mas com critérios semelhantes aos que temos aplicado em mais de 70 campeonatos mundiais que tivemos na Espanha durante os últimos dez anos ou mais de 80 campeonatos europeus que com tanto sucesso também foram organizadas em nosso país neste mesmo período de tempo.
Neste momento, o esporte, mais do que nunca, deve adquirir a sua quarta dimensão. Seus valores, seu exemplo, seu esforço, a disputa saudável, ganhar, perder… Educa, apoia, emociona… A sociedade, Madrid, Espanha… Precisamos dele
Já testemunhamos isto com outros jogos, os de Barcelona ‘92, mas o importante é que o fazemos todos os dias com uma demonstração da capacidade e confiabilidade de todo o nosso tecido social, esportivo e econômico. Madrid está pronta.
Também não é o tempo para a euforia, mas sim para acreditar no bom trabalho desta equipe. Seus antecessores tentaram em 2012 e 2016 com o mesmo empenho, mas, como no esporte, só se passa para a história com os resultados. E devemos reconhecer que naquele momento não foram bons. Ficamos fora.
Agora, a tarefa do presidente e da sua grande equipe é defender nos espaços pertinentes a maturidade do projeto Madrid 2020. Eles devem convencer a todos os membros do COI que os cidadãos de Madrid estão desejando abraçar o Movimento Olímpico como ele merece. Estão prontas as infraestruturas, que não são modelos à escala. Está presente o apoio, com pesquisas que atestam. E está presente o carinho e a experiência. Mais é impossível!
Embora, como sempre, não devamos esquecer que, no fundo, dependemos de que a proposta seja majoritariamente votada no dia 7 de setembro. Esse é o dia, mas não é a meta. A partir daí, se as coisas correrem como desejamos e como merece este projeto, começará uma corrida de sete anos para chegar ao mágico 2020, com uma cidade vibrando para desfrutar de todas as alegrias esportivas, sociais, econômicas e de imagem da Marca Espanha que supõe o Movimento Olímpico e a celebração dos Jogos. Uma decisão crucial neste momento da história da Espanha, por tudo o que já sabemos, mas sempre apoiada em ideias muito claras do que a hospitalidade olímpica significa. Madrid é uma garantia total de sucesso. Espero e desejo que assim seja compreendido pelas centenas de membros do COI e que o seu presidente nomeie nossa cidade como a escolhida. Não decepcionaremos os atletas, nem o olimpismo, nem o mundo. Às suas marcas, prontos… já!
Gosto de defender este projeto. Sou filho desta cidade. Mas não o faço por isso, mas por convicção absoluta. Conversei com o nosso presidente e vejo o entusiasmo, o trabalho e detecto candidatura sólida, estruturada e madura
Acredito que é o mesmo que pensam Istambul e Tóquio, que também passaram o corte no ano passado e que estão fazendo o seu trabalho de procurar apoios nos cinco continentes, mas desta vez o nosso projeto está muito firme. Como gostamos de dizer na família do esporte, “é preciso falar no campo, na pista, na quadra” e lá não cabem mais realidades das que se vêem, tocam e sentem. Madrid 2020 é a candidatura mais completa, simples e realista. A que corresponde com o momento em que vivemos. Na atualidade, o esporte, mais do que nunca, deve adquirir a sua quarta dimensão. Seus valores, seu exemplo, seu esforço, a disputa saudável, ganhar, perder… educa, apoia, emociona. A sociedade, Madrid, Espanha… precisamos disto. Merecemos isto. É uma esperança e pode ser até uma solução. Este não é o argumento-chave para nos conceder os Jogos, mas uma razão para uma reflexão profunda dos membros do COI no momento de emitir um voto que envolve a responsabilidade de assinalar um e descartar dois.
E como somos atletas, se não for assim, continuaremos procurando a medalha olímpica para Madrid. Já são muitos anos perseguindo um sonho que agora é a hora de fazer realidade
Eu não gostaria de estar na posição deles. É quase uma decisão de Estado. Por isso acredito que a encruzilhada da escolha desta vez vai além de uma exposição brilhante ou do fato de um chefe de estado, personalidade ou medalhista decidir estar a Buenos Aires. Análise fria da melhor proposta nestas circunstâncias. Por meios, recursos, aceitação, credibilidade. E, consequentemente, depositando sua confiança e responsabilidade nessa cidade e nesse país. E essa deveria ser Madrid. Gosto de defender este projeto. Sou filho desta cidade. Mas eu não o faço por isso, mas por convicção absoluta. Conversei com o nosso presidente, vejo o entusiasmo e o trabalho e detecto uma grande solidez em uma candidatura bem estruturada e madura.
Vivi como jornalista, desde a redação do meu querido jornal Marca, as palavras de Juan Antônio Samaranch: “…à la ville de Barcelona”. Anos mais tarde, também na redação do jornal, a decepção de 2012, quando parecia que tudo estava a nosso favor. E, ainda mais tarde, o segundo golpe de 2016… Agora espero ouvir Jacques Rogge, como porta-voz da decisão do “Grande Senado” Olímpico anunciar: “Madrid 2020”. E como somos atletas, se não for assim, continuaremos procurando a medalha olímpica para Madrid. Já são muitos anos perseguindo um sonho que agora é a hora de fazer realidade.